terça-feira, 5 de novembro de 2013

Humor x Respeito

Todos nós sabemos que na internet com todas essas redes sociais, blogs, Twitter, Facebook, enfim, qualquer meio que possa conectar você ao mundo é uma ferramenta poderosa, mas em mãos erradas pode criar uma catástrofe inimaginável. Hoje rolando a página do Facebook, me deparei com um post, pensei em comentar, pensei em expor a minha opinião, mas aí eu me lembrei que: não adianta discutir com as pessoas quando você vê que elas não vão mudar de opinião e tão pouco vão aceitar a sua. Acho que foi exatamente por isso que eu criei um blog, pra falar sozinha sobre coisas que eu discordo ou concordo e casualmente alcançar uma pessoa ou outra. Eu gosto de discutir, sou cabeça dura também, mas eu sempre procuro aceitar a opinião alheia e expor a minha da maneira mais polida possível, o que não acontece em redes sociais, atualmente e principalmente no Facebook.
Mas voltemos ao foco da postagem. O texto falava sobre humor e sobre aquela velha máxima de "mas é só brincadeira". Aparentemente, o autor do texto é um comediante, eu pouco entendo sobre isso, fiz uma pesquisa de dois segundos no Google apenas pra saber a quem eu estaria "atacando", mesmo que para mim mesma. Ele falava sobre a censura, sobre as pessoas que "não sabem levar na brincadeira" e que "piada é piada". Errado. Eu me pergunto onde fica o respeito na hora de fazer piada? Não existe, simplesmente. Quem faz humor, acha que é absolutamente aceitável fazer piadas com conotações machistas, sexistas, racistas e todo o tipo de atrocidade e acham-se plenos no direito de se ofender se alguém achar ruim, porque "ah, eles estavam só brincando, pega leve aí".
O bullying que crianças sofrem nas escolas também é só brincadeira. Às vezes até certos crimes são cometidos "sem querer" ou "só na brincadeira". Na verdade, então vamos usar essa defesa pra tudo, não é mesmo? Você ofende alguém deliberadamente, mas se você disser logo em seguida que só estava brincando, que era só uma piadinha boba, a pessoa tem obrigação de acreditar que ela estava mesmo errada, que não podia se ofender por algo dito sobre a sua aparência, sua cultura, até mesmo sobre seu caráter e personalidade. Palhaçada! É isso que eu considero isso.
Infelizmente, hoje em dia as pessoas consideram como absolutamente engraçado o tipo de humor onde se denigre a imagem de alguém apontando seus defeitos ou o tipo de humor ácido que fala o que bem entende. Isso é liberdade, eu não sou contra liberdade, mas eu sou sim absolutamente contra a falta de respeito e isso merece sim uma censura. Hoje nós ligamos a televisão em pleno domingo à tarde e nesses programas de "família" onde ouvimos essas tais piadas e temos mulheres de shortinho e top dançando apenas pra enfeitar. Os pais não se importam, as crianças assistem isso. Mas ai dessa criança se o pai souber que ela encontrou o seu esconderijo de revistas Playboy. E eu digo? Ué, mas não era liberdade isso? Tá na televisão o tempo todo, qual o problema em ver em uma revista? Hipocrisia! Apenas isso.
Não, eu não concordo com a máxima de que qualquer tipo de humor é válido e as pessoas tem que saber receber isso com um sorriso na cara. Liberdade de expressão e de pensamento não é isso. Liberdade de expressão é usar o capacidade de pensar para alguma coisa boa, alguma coisa que possa fazer as outras pessoas crescerem intelectualmente. E aí o cara que alega que está sendo oprimido porque ele fez uma piada sobre negros ou judeus (ambos pontos que foram citados no tal texto e me diga agora se isso não é preconceito mascarado?) e ofendeu uma parcela grande de pessoas. Quem é que não está pensando? Quem está fazendo mal uso da tal liberdade?
Eu acho muito pior ouvir na televisão uma piada sexista ou racista do que ouvir um palavrão muito bem falado no meio da novela das seis. As prioridades são distorcidas. Educação, bons modos, até isso que deveria ser o primordial na vida de um ser humano tornou-se um espectro, possui duas faces quando na verdade deveria existir só uma. Eu torno a dizer, humor é uma coisa, falta de respeito mascarada é outra.
Eu não vou soar hipócrita, dizer que nunca ri ou nunca fiz nenhuma piada de mal gosto, porque eu já fiz sim, mas acredito que com certeza não fui tão cruel quanto os comediantes que se orgulham de fazer o povo, a massa dar risada com as atrocidades ditas em forma de piada. Eu digo: não! Não, não e não.
Isso não é sabedora, nem liberdade. Isso é pura idiocracia.

Do filme "Idiocracia".

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

I'm kind of always late...

Depois de todo esse desleixo, vim aqui dar um parecer pra quem quer que ainda acompanhe esse blog. Eu lembro que quando criei isso aqui, na primeira postagem que fiz deixei clara a possibilidade que eu tinha de acabar abandonando ou não seguindo minhas próprias expectativas. E era de se esperar que eu ficasse muito tempo sem postar ou que eu não falasse tanto quanto gostaria sobre minhas coisas, sobre a minha vida, enfim.
Eu sou uma péssima blogueira, dificilmente eu conseguiria fazer uma vida em cima disso como vejo essas garotas por aí, que falam sobre moda, sobre fotografia, sobre as vidas delas — mil vezes mais interessantes do que a minha, devo dizer — e filmes, livros e todas essas coisas. O que me leva logo a pensar que, certamente, eu fiz foi bem em desistir da ideia de fazer Jornalismo quando ainda queria muito isso, porque provavelmente eu estaria frustrada. Não que eu não esteja, ainda, por não estar fazendo absolutamente nada... O que me leva ao próximo ponto: já é Novembro! Faltam agora só exatos dois meses pro ano acabar! E parece que eu nem vi o tempo passando.
Esse é um dos clichês dos quais eu sou bem adepta, o clichê de não ver o tempo passar e estar sempre dizendo, "Oh, já passou tudo isso? Eu nem percebi!". A verdade é que eu acho que perco mais tempo pensando ou tentando planejar as coisas que eu quero fazer e isso me faz perder o tempo que eu deveria usar para fazer essas tais coisas. Eu deveria estudar, mas passo o tempo todo planejando sobre isso. Eu deveria realmente largar o computador, mas passo o dia todo apenas planejando assistir qualquer coisa. Eu não tenho disciplina alguma e isso é algo que eu preciso e muito. E preciso parar de deixar tudo pra depois, depois e depois. Um dia eu acho que vou acordar e me encontrar em uma cama de hospital com oitenta e nove anos de idade, exatamente do mesmo jeito que acordo todos os dias e vou pensar: mas já? E no dia seguinte eu não vou mais acordar e não vou nem perceber que eu morri e que minha vida não valeu de nada.
Assim como falar sobre essas coisas, eu perdi as contas de quantas vezes e em quantos blogs, asks e milhares de lugares eu já disse que precisava parar de desperdiçar o meu tempo, o que chega até ser ironia, pois ao começar a falar sobre isso eu já estou perdendo tempo. Mas viver não é gastar eternamente o nosso tempo seja lá com o que for?
Acho que eu nunca vou saber... E quando eu menos perceber, já vai ser tarde.

~ • ~

"Yeah, I’m a genius all right. You know what I’m a genius at? Wasting my own time. That’s what I’m a genius at. And do you know what wasting your own time means? It means killing yourself. Literally. If a young musician puts a gun in his mouth and blows out his brain, everyone cries about how he cut his life short. But you know what?  You’re stealing just as much time from yourself by indulging in weird urges. Don't waste time. Time wastes you." 
— Supervert

Fragilidade

Vida é coisa frágil. Em um momento você está aqui e no momento seguinte, se piscar os olhos, você já não mais estará presente. Vida é coisa delicada, é coisa pra se guardar. Foi num domingo que eu vi com os próprios olhos que vida é pra quem sabe cuidar e que a vida não pode depender de outras vidas. Vida é pra quem tem o coração ruim, os bons vão cedo, vão rápido, a gente nem vê. Um filhote veio brincar comigo, atravessou a rua sem olhar. Um desses de coração ruim sabia ver, podia enxergar, mas vida para ele dever ser apenas um brinquedo, um jogo de apostas ganhas. Vi o carro passar e não pude fazer nada. Vi o sangue sair de dentro daquela criatura tão pequena e não pude fazer nada. Vi ele agonizar, retorcer, senti toda a dor que ele sentiu. E não pude fazer nada. A vida abandonou os olhos do filhote e ele só queria brincar e eu não pude fazer nada, não pude correr atrás daquele carro vermelho, não pude ficar ali, não pude ver o sangue escorrendo daquela criatura pequena pela boca. Não sei se ele sentiu dor, não sei se foi rápido. Vida é esse artefato frágil demais, abandona os nossos olhos num segundo. Parar de respirar, parar de se mover. São minutos, longos minutos pra quem morre, eu suponho. E minutos rápidos demais pra quem pensa que pode salvar a todos. E minutos invisíveis pra quem sente o poder nas mãos, pra quem pensa poder tirar a vida de alguém. Animais ou pessoas. Que vida amaldiçoada deve ter o cara do carro vermelho. E talvez a minha por não ter feito nada. Por não poder nunca fazer nada.

N

Não vou pedir, 
nem implorar
Não vou chorar,
não vou nem piscar

Não vou falar,
não vou nem respirar
Não vou correr,
não vou nem andar

Não vou lá,
nem ali
Não vou a lugar algum,
nem perto, nem longe

Não vou,
não sei,
não quero nem saber.

My Jekyll Doesn't Hyde


Nesse mundo, todos temem
Temem a solidão, 
Temem a companhia
Temem a si próprios

Eu tenho medo de mim
E só de mim, sim
Do que eu faço à mim mesma,
Do mal que eu mesma me causo

Nesse mundo, todos temem
Você, principalmente
Você vive pra me evitar,
Pra temer à mim

Você me toma como inimiga,
Me quer longe quando eu estou perto,
Me quer perto quando eu estou longe,
Me quer, não me quer,
Bem e mal, mas me quer

E eu só temo à mim,
Eu sou meu motivo de choro,
Minhas angústias, minhas dores,
Sou eu e eu sozinha

Se eu culpo você, certamente
É apenas porque você está aqui
E quando você me empurra, 
Quando você me bate, não é você
Sou eu, ou talvez seja ela
Mas não você, nunca você

Você está aqui, mas a culpa é minha
E a dor que você me causa,
Toda por minha conta
Eu permito você ficar, talvez eu mereça
E ela sabe, eu não posso evitar

Eu não tenho medo de você,
Não tenho mais medo do que você pode,
Não tenho mais medo do que você quer,
Medo, medo eu não tenho mais
Não de você, não sobre você

Eu tenho medo de mim,
Tenho medo do que eu posso me causar
Tenho medo de me torturar mais,
Tenho medo de rir ao sangrar

É como se eu, aqui, não fosse só
Sozinha, não
É como uma moeda, uma face dupla
Meu Hyde é forte, pobre do meu Jekyll
Pobre de mim que sou fraca,
Mas ela, ela é forte

O que eu escrevo, ela ri
Mas gosto dela, ela me faz ver
Eu mesma sou cega, cega de nascença
Não vejo nada, mas ela sim
Ela vê por ela e vê por mim
Por nós

Ela ri de mim, me humilha
E por isso, me tortura
Sabe que eu mereço sofrer, sim
Que eu tenho culpa, que eu estou suja
Ela tem repulsa de mim e da minha fraqueza

Eu teria, também
E eu tenho, por isso não tento acabar com ela
Ela me mostra o que é viver, o que é ser
E é duro, duro como ela tenta ser

Acho que por isso ela não me mata,
Ela ri enquanto eu penso, mas não sou capaz
Ela seria e ela se diverte com isso,
Porque ela não quer me dar paz, 
Ela quer que eu veja a paz

Eu tenho medo de mim, 
Eu tenho medo dela, porque ela está aqui
Ela e eu somos apenas uma
Eu não tenho medo de você, não
A culpa é minha.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

No More Deep Breaths...


Respirar fundo é sempre um passo em falso, é sempre uma ilusão, é um copo d’água servido em uma crise, não ajuda, não serve pra nada. Eu não respirei fundo dessa vez. Eu chorei, chorei até quase perder o ar e depois eu continuei respirando, não foi fundo, foi só o suficiente, foi só respirando. Eu não sei o que se soltou em mim, um parafuso, quem sabe, ou talvez um pedaço, uma ponta solta, um encaixe. Algo quebrou, lá dentro dá pra ouvir o barulho de algo quebrado, quando eu ando, quando eu me movimento, dá pra ouvir perfeitamente que algo quebrou. Quebrou por dentro, quebrou onde ferramentas não alcançam, quebrou onde eu não vejo, onde eu não sei. Dor é sempre constante, tudo que quebra dói. Dor é a única certeza e respirar fundo não adianta.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Eternidade é...

Eternidade é só uma ilusão de quem sonha muito. É só mais um sonho, é só mais uma utopia. Eternidade é uma idealização, mas não existe, nunca pode ser provada. Nós, eu sei, nós não seremos eternos, por mais que eu queira acreditar que nossas almas são conectadas por essa força que se pode explicar. Eu não sei se agora, não sei se daqui mais cinco anos, mas eu sei que você vai embora, cedo ou tarde, talvez bem tarde, talvez mais cedo do que eu prevejo, mas sei que você vai. Eternidade é só uma palavra pra enfeitar o amor, é só um artifício. Eu sei que você não vai ficar aqui por muito tempo, mais. Eu sinto isso mais forte a cada dia que passa, você logo vai esquecer aquilo tudo que nós prometemos. Você diz que não, mas eu sei que você pensa, no fundo você pensa em ir, no fundo você pensa em se libertar, bater as suas asas, voar pra bem longe. Eu quero apenas poder fechar os meus olhos para sempre quando você finalmente voar pra longe de mim definitivamente. O ciclo talvez acabe, eu sei, quando eu acabar também. Eu quero o fim, se for pra arrastar os meus dias sem você. E eu sei que uma hora dessas você vai bater as asas e ir sem nem se despedir. Eternidade é um pássaro sem asas, eternidade não existe.

domingo, 13 de outubro de 2013

Rainha Vermelha



Me rendo miseravelmente aos teus encantos,
E caio de joelhos aos teus pés, ao teu trono,
Suplicante, espero pela tua sentença
Sou tua escrava, tua serva, 
Sou tua pra satisfazer até o teu mais vil desejo 
Tu és a Minha Dama, minha mulher.

Rasga a minha pele, poupa a tua
Derrama o meu sangue, não o teu
Bebe de minhas lágrimas, guarda as tuas
Desconta toda a tua raiva em mim,
Pois se aqui estou, é para servir somente a ti.

Me apresento como uma aliada, 
Uma tola apaixonada, uma devota,
Deposito em ti toda a minha fé,
Ofereço-te a minha vida,
Faz de mim teu escudo, teu soldado,
Ou faz de mim teu chão, se assim for do teu desejo
Em ti descansa a minha eternidade, o meu segredo.

Teu falar hipnotiza, então faz de mim tua marionete
Me torno mero objeto para os teus prazeres impuros,
Vem e faz de mim o que for do teu interesse,
Mas se não for, então mata-me, por favor!
Morro do mais puro prazer, mas só pelas tuas mãos
Em ti descansa o meu futuro, a minha promessa.

Sela o meu destino, beija-me com teu ódio
Teus lábios tem o gosto amargo do veneno
Tu és o próprio Diabo, então carrega-me daqui
Paralisada, mortificada
Mas para sempre tua, para teus desejos saciar
Apenas tua, Rainha dos meus sonhos,
Em tuas mãos descansa minha alma suja.

Quando tu, bela, atirar teu próprio corpo ao mar
Leva-me consigo, carrega-me daqui
Servi a ti meu corpo, uma oferenda
Meu sangue, símbolo da minha gratidão
Confio em ti para lavar a minha alma imunda
Para levá-la pra longe daqui.

E és tu, Rainha dos meus sonhos,
O anjo da morte, o próprio Diabo,
Confio em ti o meu segredo, posto que és tu
Aquela que deixou imunda minh’alma
E pintou-me toda de vermelho.

E eu que tanto amei a ti,
Meu maior pecado, meu crime mais violento
Tu, Rainha
Por ti, vendi a alma ao Diabo
E pelas tuas mãos, sangrei pela última vez.

I want to go home, but I don't know where home is...

Às vezes eu paro e fico apenas ouvindo a minha respiração. O silêncio ao redor, cortado apenas por sons ambientes. Minha respiração pesada, cansada, como se eu carregasse uma tonelada em cada braço dia após dia. Não carrego esse peso todo, na verdade, são raros os dias em que eu consigo sair de casa. Mas minha alma carrega talvez mais peso que isso. Talvez o peso desses anos que carrego comigo e talvez ainda o peso de todos os outros corpos e tempos em que esteve. Minha alma é marcada por feridas que eu conheço e por outras que não entendo porque as tenho. Sofro por decepções que ainda não passei, sofro por lugares que sequer conheço, mas sei que sofro. Eu sofro por 20 anos. E eu sofro por mais um milhão de anos. Carrego todos esses sofrimentos nas minhas costas. Eles refletem nos meus olhos, na minha respiração, na forma como me sinto perdida o tempo todo. Perdida no tempo, no mundo. Perdida em qualquer lugar. E não consigo achar o lugar que eu perdi nesses anos ou nos outros anos atrás, aqueles que eu sequer lembro mais. O que eu carrego, ninguém mais sabe. Eu não deveria lembrar, não deveria saber. Mas de alguma forma, eu sei. Eu sei que eu estou sofrendo por um peso muito maior do que o peso dos meus problemas superficiais. Eu sei que eu estou sofrendo por algo que eu perdi há um milhão de anos ou algum lugar ou mesmo alguém. Às vezes esse peso desaparece. Raramente, não dura nem cinco minutos. Talvez seja um tipo de sinal, talvez eu já tenha conseguido me aproximar da minha redenção. Mas eu não a alcanço, eu ainda me sinto cansada, pesada demais pra esse corpo. Preciso encontrar o caminho de volta pra casa, mas sequer sei onde fica a minha casa. Eu não deveria lembrar que eu não sou apenas isso, não deveria nem saber que eu já fui algo mais. Mas de alguma forma, eu sei que eu não pertenço e que eu nunca vou pertencer. A não ser que eu encontre aquilo que falta. Quem sabe eu dou sorte. Quem sabe só na próxima vida.

"Honor Me" – A poem inspired by Supervert's Necrophilia Variations (and a bit by Hannibal)



Kiss me, my dear 
Kiss my cold lips 
Make them look alive

As I lay there quiet
Kiss my bruises, 
my scars, 
my pale exposed flesh

Be my guest 
I welcome you as a lover, 
as a savior 
Leave your mark on me, dear 
Be the gentle grim reaper I need

Go on, suck the life out of me 
Kiss me as softly 
as Death itself would 
Love me as much 
as Death itself would 
Dare yourself, dear 
Love me for the last time

And for the rest of your life
Be the one to honor my remains 
Make me eternal

Then feast on my flesh 
And even make good use of my bones 
For that I shall be grateful

And even if you don’t want to
Then feed me to the stray cats and dogs 
Or to the starving mourning kids 
and the funny poor gentlemen
on the streets

Don’t let them put me to sleep 
On those sheets made of mud and dirt 
They disgust me 
And they shall probably disgust you

And I cannot allow it, my dear

Promise me 
You’ll get me out 
You’ll make me comfortable 
For I shall rest in peace

You can even take your vengeance 
for those times I made you mad 
You can beat me, 
You should know I won’t fight back 
I deserve it 
I want the punishment

You can cut me into pieces 
Bit by bit
Make little souvenirs out of me
You can sell me on a black market
Or even trade me for something you want 
you can make stuff out of my bones 
(even though they’re so fragile)

You can make me useful, dear
Like I never was
You can make money out of me 
You can sell my body to sick perverts

But you can love me forever, too 
you can keep a piece of me with you

Make jewelry out of my teeth 
To remind you when I used to 
bite your neck
and your bottom lip 
with those sharpless things

My nails on the other hand 
were sharp like knives 
and they will keep growing, my dear

You can paint them as you wish 
with colors I always hated 
I’m merely a slave on your hands now 
and I enjoy it

The only sad thing 
I can’t beg 
I can’t tell you how well you’re doing 
You became such a good sadist

I wish you could see 
How wet I’d get 
if you’d touch me like that
while I was still alive, dear

At this point 
I wish my flesh wasn’t 
perishing
and I myself weren’t 
rotting 
and disappearing 
slowly

Darling, if you are to feast on my flesh 
or feed me to the dogs 
then do it so, dear 
this flesh is hideously weak

Drink up my blood 
and my fluids 
Devour my flesh, 
eat it

Break my bones
with your bare hands 
arm yourself with them

Make dangerous weapons
out of my bones
Make me needed 
make me useful

Need me 
Let me please you, dear 
even if I’m not there 
to enjoy it

Do it so for me

When I’m gone
I shall give you this
with my signature

Our bodies shall unite as one

Leave your traces all over me,
My dear, my sweetest lover
Cut me here,
there,
everywhere you wish

Paint your walls 
with my blood,
Carve your name 
into my skin

Feast on my flesh,
Throw a party 
introduce me as a banquet

Turn my bones into dust
sniff them, 
let me swim through your blood
and make a living
right inside your brain

I want to live inside of you, dear
I want to be forever
I want to be eternal

Eternize me
Honor me.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Do Monstro Que Um Dia Eu Fui


Não quero mais lembrar
Daquilo que um dia eu fui

Fui aquele monstro
A sugar a tua vida
A pisar nos teus sonhos

Pensava eu ser um gigante 
Um alguém majestoso
Com um nome e uma reputação

Pensava eu ser um nobre
Um grande rei
Um homem de verdade

Mas eu era o pior
Eu era o agressor 
E fiz de você minha vítima

Te prendi num cativeiro
Te torturei, te fiz sangrar
Ignorei todos os teus sinais

Teus pedidos de socorro
Eram alimento para minha alma sádica

Tirei a tua inocência
Te fiz crer que era você 
O merecedor de toda a dor 
O mártir

Era eu quem estava doente
Era eu quem precisava sofrer

Quando você escapou 
Eu te cacei por aí feito um louco 
Um maníaco
Obcecado e doente

Fui teu pesadelo 
E depois perdi a memória
Te pintei de vermelho
Acreditei que eu morreria nas tuas mãos

Te fiz de Diabo
Te amaldiçoei
Te odiei

Meu bem, não quero mais lembrar
Do monstro que eu fui
Do carrasco guardando a tua cela

Não quero lembrar do cárcere
Da tortura, do sangue derramado

Quero perder a memória
Essa que me assombra 
Que me caça no sono 
Que não me deixa dormir

Quero esquecer
Do monstro que um dia eu fui.

Little Lost Girl

Mas que porra você tá fazendo?

Eu digo para mim mesma, mas em silêncio, sabendo que mesmo que eu fale em voz alta ninguém ali vai me ouvir. Porque ninguém está interessado ou talvez porque ninguém realmente seja capaz de parar e ouvir realmente. Mesmo os que ouvem, não ouvem porra nenhuma.
O canudo de cinquenta dólares preso entre os meus dedos. Esse é o único dinheiro que eu tenho, mas sei que até isso aqui acabar, não vou nem saber onde eu enfiei e vou voltar pra casa andando como sempre. Seguro firme, no entanto, pois eu sei o que eu estou fazendo. Ou eu sabia. O indicador trancando a minha narina, a adrenalina feroz invadindo o meu nariz. Invadindo o meu corpo. Me completando, me abraçando. Repetir o ato? É claro, nada é mais simples. Eu sabia exatamente o que eu estava fazendo. Não sabia? Não sabia… Ah, sabia. Sabia sim. Ah, eu sei sim… Eu sei o que eu estou fazendo. Eu estou completamente bem.
Sinto toda a euforia, meu corpo está vibrando. Se quero dançar? Talvez eu queira. Talvez eu queira transar também. Não faz mesmo muita diferença, se eu for dançar algum otário vai dar um jeito de passar as mãos em mim e eu nem vou perceber. E todas as pessoas aqui possuem o seu rosto, mas você não está aqui. Você está longe.

Foda-se. Dê-me um pouco mais.

É meu cérebro, é minha mente, juro que não sou eu! O canudo não está mais tão firme entre os meus dedos, mas acredito que seja o suficiente para continuar. Enquanto eu ainda souber que ele está ali, posso pensar em ir embora e acabar com essa ideia idiota. Eu não sei porque eu estou tremendo tanto, não sei porque o meu nariz arde desse jeito, não costumava ser assim. Parece que eu levei um golpe certeiro bem no meio das fuças. Sangue? Que sangue? Talvez esse seja o meu sangue. Sinto escorrer pelo meu nariz, sei que deveria me preocupar, mas e daí? É, este é mesmo o meu sangue.

Venha aqui, me dê um pouco mais. Vamos acabar logo com isso.

Acho que agora realmente quero transar, mas tem que ser com você. Só que você não está. E você queria estar. Você e só você deveria estar aqui pra me dizer que já chega, pra me levar pra casa. Pra cair na minha cama, nos meus encantos. Mas você não está, então que diabos? Vamos, vamos, me dê um pouco mais e por favor, acenda o meu cigarro.
Qualquer um aqui tem o seu rosto depois de tudo que eu enfiei pela garganta e também pelo nariz. De qualquer forma, vou transar com você essa noite. Vou amar você essa noite e todas as outras noites da minha vida. Você nunca esteve aqui, mas está aqui o tempo todo.
Me segura no teu pensamento, eu não quero que você saiba que hoje o sangramento durou mais que da outra vez. Não quero que você saiba que eu tô fazendo merda, sem nem saber porque eu tô fazendo. Eu sabia o que era, eu só preciso me lembrar. Que porra eu tô fazendo? Ah, eu costumava saber… Eu costumava entender.

O que diabos acontece? Como eu vim parar aqui?

O silêncio é minha testemunha, meu confidente, meu melhor amigo. Melhor não tentar outra vez, talvez beber um pouco mais, mas essa merda não vai adiantar. Isso não vai passar. Eu tô é ficando louca, tão louca que nem sei mais onde eu estou. Quem é você? Onde você está? Vejo o seu rosto em todas as pessoas que estão aqui, mas você não é nenhuma delas. Tudo que eu queria era que você viesse me buscar, acho que não estou me sentindo muito bem. Voltei a sangrar, mas acho que por dentro. Eu sempre estou sangrando por dentro.

Foda-se. Quero um pouco mais. Quero sentir o que não sou capaz. 

Penso tudo, penso tanto. Mas não falo nada. Sequer tento. Mas aqui ninguém vai ouvir. Todo mundo quer falar, no entanto. Essas pessoas só servem para sustentar o seu rosto, pois olho pra elas e todas elas aqui se parecem com você. Já nem sei mais o quanto eu bebi e o quanto eu cheirei. Eu tô fodida, eu sei que eu tô. Eu nasci pra ser assim, eu nasci pra viver assim. E se eu não posso ter você, então deixa eu apenas me foder. Deixa apenas eu te ver em todo o rosto que não é seu. Deixa eu continuar com essa ilusão de que você está em todos os lugares onde eu olho. Quem sabe eu acerto, quem sabe um deles seja você de verdade. Quem sabe você veio me buscar.

Onde eu vim parar? 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

This too shall pass...

Não quero soar patético e menos ainda quero soar como um cachorro carente, implorando por um pouco de atenção. Eu não sou nada disso, eu não preciso de nada disso. Mas quando eu desliguei o telefone e vim pra sala, eu queria que você tivesse olhado para mim e percebido que eu precisava de um abraço seu. Eu não quero que você leia nos meus olhos tudo que eu preciso, não como eu faço, você sabe que eu sou louco. Eu sei que eu poderia ter pedido, mas eu não queria pedir. Eu não peço, você sabe disso. O meu orgulho é bastante grande e ainda tenho que prezar o que eu chamo de masculinidade. Não que eu já não tenha mandado isso pro inferno quando decidi que preferia foder garotos, mas mesmo assim eu não me permito ser tão frágil, nunca me permito me mostrar tão vulnerável diante de você e mais ainda por causa de um motivo tão banal. Eu só estava chateado e queria que você percebesse, mas também sei que você teve os seus motivos para não. A coisa que eu esqueço e que talvez você também esqueça de checar, de quando em quando, é que eu também sou humano, eu sinto as coisas exatamente como você as sente. Se você me cortar, eu também vou sangrar e vai doer, exatamente da mesma forma. Não importa o que eu deixe transparecer em meu rosto, não importa o modo como eu externizo a minha dor, vai doer igual, vai sangrar igual. E mesmo assim, eu não sou capaz de pedir.
Mas gostaria que você fosse capaz de ver. Queria que você tivesse notado que esse cara enorme na sua frente também tem seus momentos de fraqueza. Às vezes eu posso querer um carinho, sem pedir. E veja bem, às vezes as coisas conseguem me atingir. Na verdade, elas me atingem o tempo todo, porém eu raramente gostaria que você notasse que tudo que eu gostaria era que você me puxasse pela mão e apenas deitasse comigo na cama ou viesse me dar um abraço, sem que eu peça por isso.
Mas tudo bem, eu vou me colocar na cama, apenas. Vou virar pro outro lado, vou dormir. Não estranha se eu não te abraçar, amanhã eu já não vou mais estar vulnerável, amanhã eu já não vou mais precisar pedir. E você nem vai perceber. Amanhã vai estar tudo bem.
Amanhã já passou.

Uma vez fangirl, sempre fangirl

Esse post é um daqueles assuntos que na realidade não interessa pra ninguém, mas que de qualquer forma eu gosto de falar sobre.
Já fazia um tempo desde que eu não era "fã" de nenhum artista específico, não da forma como eu costumava ser quando eu era fã de bandas. Todo mundo que me conhece deve lembrar do fanatismo gigantesco que eu tinha pelo vocalista do Cobra Starship, Gabe Saporta. E pra quem não me conhece e veja isso como novidade, eu era muito fã dele. Fã no estilo padrão, de procurar notícias sobre, de dar uma fuçadinha na vida pessoal, vida amorosa, essas coisas que supostamente um fã deve saber. E depois disso, eu não tive mais esse tipo de fanatismo. Aliás, até hoje eu não recuperei isso, mas eu lembro que naquela época uma das coisas que eu mais gostava era de acompanhar o twitter do Gabe e os blogs onde ele escrevia. Eu gostava muito de "me sentir próxima", de certa forma. De ver como ele pensava como eu em certos pontos, como éramos levemente parecidos em personalidade. 
Depois das bandas eu acabei migrando para os filmes e logo para as séries, mas é um pouco mais "difícil" ser fã de atores e atrizes. E eu sinceramente não posso me considerar a maior fã de nenhum deles, não como eu já soube ser um dia. Mas mesmo assim, eu ainda gosto de esbarrar com entrevistas por aí, checar a personalidade dos artistas que eu ando seguindo. Na maior parte do tempo, se você der uma viajada por qualquer um dos meus tumblrs, dá bem pra ver que eu tenho os meus surtos leves de fanatismo, mas geralmente sobre fotos ou sobre algum assunto que esteja rolando no tumblr no momento envolvendo os ditos cujos.
Porém, há mais ou menos uns dois meses eu resolvi que iria rever a série Merlin, porque minha mãe tinha vontade de assistir desde o início e logo eu pensei, "oh, por que não?" Estamos agora quase chegando no final da quinta temporada, aguenta, coração! Aguenta! 
Desde a primeira vez que eu vi a série, eu fiquei levemente apaixonada por um ator em especial - na realidade, eu amo o cast inteiro da série, mas vamos ao foco - e despertei um pouco desse meu antigo espírito de caça à informações. 
O ator que eu falo se chama Eoin Macken, que faz o papel do Gwaine na série. Ele me cativou logo quando apareceu e a primeira coisa que eu fiz foi buscar alguma coisa a mais sobre ele, acabei descobrindo essas banalidades sobre a carreira e essas coisas. O sigo atualmente pelo instagram e pelo twitter e me divirto com o humor dele. Mas as duas coisas realmente interessantes que eu descobri sobre ele foram: 1) que ele é formado em Psicologia e 2) que ele escreve de vez em quando em um blog, na maior parte das vezes, histórias curtas e poemas e mais recentemente tem falado bastante sobre o novo projeto dele, o filme Cold. 
O que me chamou a atenção foram os poemas, a forma como ele escreve, como descreve as pessoas, a inspiração dele para esses poemas. É realmente interessante tentar viajar pelos escritos de alguém que a gente sabe que nunca vai ter a chance de conhecer e tentar imaginar como é a personalidade dessa pessoa, com artistas isso é bem mais interessante de se fazer, observando em como eles se portam em entrevistas, em aparições públicas e em behind the scenes. E eu estive a observar o Eoin e acabei sendo cativada por ele. 
Eu não me considero mais fã de nada, não como eu era antes. Atualmente eu me apaixono por artistas pelo pouco que vejo e logo largo as minhas paixões platônicas por eles, mas não saio atrás de nada além do que é básico, como nome inteiro, talvez onde moram e a idade deles, porque são as três coisas que eu acho relativamente importantes. Importantes no que abrange toda a futilidade de se importar com a vida de um artista, mas todo mundo tem um lado fangirl em algum momento, é impossível não ter. 

E pra quem quer visualizar melhor, aqui temos o Eoin (acho deveras complicado pronunciar esse nome dele) e ele como Gwaine em Merlin. Ele é modelo, acho que é por isso que eu me atraí por esse jeito não muito "másculo" dele nas fotos (haha). 

Eoin C. Macken
Sir Gwaine

Vou deixar também o link do blog dele e um dos poemas dele que eu gostei, juntamente com um quote que eu gosto muito, também do blog. Como eu disse, esse é um daqueles posts que não interessam pra absolutamente ninguém, mas eu queria falar sobre isso, eu gosto de falar sobre as coisas que chamam a minha atenção.

"I always find travelling to be inspiring as it can elucidate my muddy thoughts and bring the creative juices to the fore. New York is one of those places that I always find particularly appetising, the city has a an energy to it and there are boundless stories existing all around you as you walk through the city. You can only really walk through some big capital cities and really enjoy it, Paris is one, Rome can be too, but New York for me is the best city to explore and immerse yourself within it's depths. So I end up on the subway finding myself constantly people watching, in as unobtrusive a manner as possible. I call it artistic observation, others may call it staring." 
 O poema:


'Rubber Soled Feet'
Rubber soled feet press
against the rail
in comfort
at being the king of the carriage;
lording above the dirty floor
and stretching out spidery limbs. 
His mother sleeps,
her chin lodged into the skin
around her neck,
her cross pressing into
the flesh
where it will leave an imprint. 
He mutters an imaginary
melody tunelessly
with a bobbing neck.
His baby sister briefly observes
and closes her eyes
in the cocoon of her mothers bosom. 
The stifling humidity
lulls him to sleep
and his eyelids flutter,
then he remembers the space
around him and reaches
out into the heavy air. 
His fingers curl into a fist
to punch the air
at an invisible foe,
all the while his limbs stretching
into the space
and his soles hit the window. 
A Man gets into the carriage
and sits heavily,
his giant frame 
taking up so much
more space than this
little boy could hope to occupy. 
He stops his games
and stares.
Eager eyes devouring.
The Man turns to him
with a settled gaze
and lifts his eyelids. 
They stare for a moment,
and then slowly the boy
retracts his feet,
curling them underneath
where they are safe
and protected. 
The carriage suddenly
seems too small
for stretching limbs,
and the boy retreats 
into himself, fascinated
by the man's steady breathing. 
The mother awakens
abruptly
on cue for their stop.
Grabbing her children
she pulls them off,
leaving the Man as the king.
Sério, leiam as postagens dele, eu realmente me encantei:  http://eoincmacken.blogspot.com.br/

E teve uma coisa adorável que eu encontrei também, apenas pra concluir a postagem, que foram as obras da namorada dele, Charlotte Atkinson.



E um bônus, porque eles são fofíssimos juntos:

@atkinsoncharlotte & @eoincmacken on instagram

domingo, 8 de setembro de 2013

Connection


"Eu acho que quando você tem uma conexão com alguém
isso nunca vai realmente embora, sabe?
Vocês acabam voltando a ser importantes uma para outra,
porque vocês ainda são."

Perdas


Eu venho respirando fundo,
engolindo a seco,
ou venho só
trancando a minha respiração

Eu venho sufocando,
e engasgando
em minhas próprias palavras

Venho perdendo tudo,
perdi o equilíbrio,
perdi a vontade
e perdi até mesmo a força

Já nem falo mais
sobre a fé
que um dia eu tive
e que eu perdi
pra nunca mais

Venho então assim,
sem rumo,
bêbada,
certamente tonta
e completamente louca

Venho perdendo tudo,
todas coisas,
todos caminhos
e até mesmo 
todas pessoas

E falta ainda
perder a mim,
Falta ainda
perder-me

Ou será que já?
Será que eu fui
e me perdi
e nem vi?

Se foi assim,
então sim

Eu me perdi 
e nem vi.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

The bitch is back!

Acho que deixei esse blog largado às traças por mais tempo do que deveria, mas cá estou eu.

Por mais surpreendente que possa parecer, o mês de agosto pra mim foi um mês cheio. A minha vida deu um salto e uma reviravolta que eu não esperava. E agora é até um pouco difícil voltar pra essa minha rotina estagnada. Trabalhei agosto inteiro, todos os dias, de segunda à sábado. É isso mesmo. E pude me orgulhar de mim mesma por ter cumprido isso com disciplina, se eu cheguei atrasada lá umas duas ou três vezes, foi muito. Eu consegui me sentir no mundo com isso, me sentir mais feliz, mais útil. Embora eu viva dizendo o quanto eu desprezo as pessoas, é bom ter contato com elas once in awhile. 
Eu tentei o mês passado postar umas duas vezes, mas os posts ficaram salvos nos rascunhos porque, o primeiro eu cheguei a postar e em um momento de raiva o converti novamente para rascunho e o outro soava rude demais até mesmo pra mim e eu preferi deixar apenas arquivado. 
A verdade é que tem coisas que a gente percebe que é melhor não falar sobre, porque elas mudam tão rápido que no mesmo momento em que a gente está falando, já podem ser diferentes quando a gente bota o ponto final na frase. A minha vida tem se ajeitado de uma forma que eu mesma não estou acostumada a ver, parece até mentira. Ou, não parece ser a minha vida.
Eu sei que esse contato com o mundo tirou um pouco daquele peso de cima das minhas costas, aquele comportamento retraído que eu tenho, aquela vergonha de ser. A gente acaba se habituando um pouco com o mundo lá fora quando resolve sair um pouco, eu sabia disso, mas sempre me senti tão mais confortável dentro do meu casulo que sair parecia ser um show de horrores gratuito. E na verdade, em certos pontos até é. Eu não vou dizer que não sofri em certos dias com a falta de educação das pessoas no ônibus, com a pressa absurda delas que as faz esquecerem os bons modos, com a falta de bom senso da maior parte do mundo.
Um exemplo bobo e eu sei que eu não estou soando egoísta em dizer isso, eu tenho essa alergia à cheiros fortes, perfumes principalmente. Não sei o que é, nunca descobri a causa e muito menos se isso pode ou não ser revertido. Mas a verdade é que por mais que as outras pessoas não tenham isso, existe uma linha bem distante entre estar perfumado de um modo charmoso e banhar-se com um vidro inteiro de qualquer um desses perfumes baratos e extremamente enjoativos. Não é bonito e eu acho que deve incomodar até mesmo quem não tem problema algum com isso. Essa foi uma das coisas que mais me fez sofrer ao ter que entrar todos os dias em ônibus lotados e enfrentar as pessoas. 
Uma coisa boa disso, foi o fato de que eu consegui ler bastante, a minha disciplina com os livros foi bem maior, uma vez que ao entrar no ônibus quando eu conseguia um lugar pra sentar, esse era o melhor momento para adiantar as minhas leituras.
Eu não assisti quase nada no mês de agosto, isso me deixa levemente frustrada. A única coisa que assisti foi a série Orange Is The New Black e fiz um rewatch de Merlin com a minha mãe, mas ainda não acabamos. Falarei sobre os livros que eu li - não foram muitos, na verdade - os que comprei e pretendo ler ainda esse mês e queria também, sei lá, falar sobre alguns filmes que eu já assisti há tempos atrás e que queria recomendar. Isso tudo eu pretendo colocar em prática ainda nesse mês, pra compensar o mês de agosto que eu não postei nada. O que eu escrevi foram alguns fragmentos no meu tumblr por esse tempo que fiquei sem escrever aqui. 
Mas logo vou trazer alguma coisa interessante pra quem ainda acompanha aqui e se importa em ler as minhas bobagens. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Devaneios


Todos os dias ele entra pela porta do ônibus em um determinado ponto. Eu já decorei, são mais ou menos uns três ou quatro pontos de onde eu mesma pego esse mesmo ônibus. Sempre me sento na janela, nesses bancos solitários e isolados, logo depois da catraca. Me sinto bem assim, me isolo e detesto encontrar conhecidos quando estou perdida no meio próprio mundo, lendo um livro ou olhando pela janela. Mas parece automático, viro o rosto apenas para encontrar os olhos dele, embora eu sinta medo daquele olhar. É um olhar forte, ele não parece ser uma pessoa doce. Mas não o conheço, não sei seu nome ou idade, nem sei onde mora, apenas posso deduzir por onde pega o ônibus todos os dias, mas é o máximo que sei. Acho que ele sabe que eu o espero passar pela catraca todos os dias e espero o nosso contato visual discreto e cúmplice. Não gostaria de conhecê-lo, não faço questão nem de saber o seu nome. Sei que não iria gostar dele ou provavelmente poderia gostar e depois pararia de gostar. Os ciclos me impedem de sair da confortável zona de segurança. E o que temos ali é puro, uma troca de olhares, ele não sorri, eu também não sorrio. E logo eu volto a baixar os olhos e me concentrar em algum dos meus livros. É claro que penso o que se passa pela cabeça dele quando me vê ali sentada todos os dias. Acho que já faço parte da rotina dele, assim como ele também faz parte da minha. Não é nada diferente do café que eu compro quando chego ao terminal ou do “bom dia” que eu dou pro cobrador simpático do segundo ônibus que eu pego. Ele é só mais uma peça de uma rotina, é parte de um cenário alheio. Se eu fosse pintora, ele estaria nos detalhes de uma obra chamada “O Segundo Ônibus” e provavelmente ninguém lhe prestaria atenção e ele seria só mais um. Na verdade, é apenas isso que ele é, mais uma pessoa que acorda cedo todos os dias sem realmente querer isso, sai na rua, enfrenta os ônibus que andam por essas ruas esburacadas da cidade e ninguém o percebe, ninguém o nota, ninguém sabe quem ele é, para onde está indo e o que faz todos os dias. As mentes sãs podem vê-lo, podem sentar-se ao lado dele e ele continuará sendo um fantasma, assim como as outras pessoas devem ser aos seus olhos. Mas para alguém que possui olhos artísticos, qualquer pessoa que se pregue os olhos por mais de dois segundos pode se tornar uma importante obra. Ou um fragmento, nesse caso.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Azedume

Sempre o mundo e essa puta falta de interesse. Sempre essa compaixão barata, emprestada. Forçada. Sempre tudo aquilo que eu não preciso. Sempre as ordens insensatas, sempre os maiores esmagando aqueles que são bem pequenos. Sempre os maiores dobrando de tamanho. Os maiores sempre se tornando gigantes. Gigantes filhos de uma puta. Putas. Todas elas são putas. Submissas e pecadoras. Vadias nojentas colocando porcos em fila para o abate. Alguns sobem a ladeira da nobreza, mas outros escorregam aos tropeços pelos barrancos da falta de dignidade. São sujos e estúpidos. Roubam, matam, estupram. Fazem com as mulheres o que desejariam fazer com as putas das suas mães. E com os nobres filhos de uma puta. E sempre tem desculpas. As mais ridículas, as mais infames. E sempre tem o sorriso rasgando os lábios, mostrando os dentes, zombando da nossa cara. Sempre tem ironia e sempre tem ódio. E sempre tem essa compaixão forçada e nojenta. Sempre tem tudo aquilo que eu não preciso, tudo aquilo que me é inútil. E tem um tempo exagerado, quase desnecessário para se observar esse lugar podre. Tem cheiro de merda, mas disfarçam tudo com perfumes azedos e baratos. Esse mundo é um lixo, o nosso azar é nascer. E o castigo é não morrer.

sábado, 27 de julho de 2013

Mês de julho - Filmes

Recebi recentemente uma pergunta no Ask.fm da Carla Stech perguntando sobre os filmes que eu assisti esse mês. Como nós já estamos no dia 27, resolvi fazer então uma super postagem falando um pouquinho sobre cada um dos filmes que eu ainda não falei. Fiz postagens individuais para o filme Neco z Alenky - Alice (inclusive atualmente estou lendo o livro, aliás), um sobre toda a franquia de Psicose, incluindo a série Bates Motel, um sobre o filme Valerie and Her Week of Wonders (que eu não vi esse mês, mas como fiz a postagem esse mês, então tá valendo) e também uma postagem coletiva sobre os filmes Vanilla Sky, Estômago e Spring Breakers que assisti no mesmo final de semana.

Lembrando que esse mês eu não vi muitos filmes, porque estava bem preocupada com o lance de achar emprego e também estava com algumas leituras pendentes que eu precisava terminar, coisa que também andei muito relaxada, li praticamente apenas uns dois livros e meio nesse mês e isso me deixa extremamente frustrada. E também assisti algumas séries junto com os filmes, das quais também pretendo falar sobre, mas não nessa postagem, pois pretendo terminar de assistir uma delas antes de falar sobre e quero fazer uma postagem à parte para falar sobre Hannibal que foi uma das séries que vi esse mês e sobre os episódios Fire e Pure de Skins. Agora que tudo já está quase certo na minha vida, eu já baixei alguns filmes que ando querendo ver e já estou planejando falar sobre alguns outros filmes que vi há um tempo atrás e gostaria de falar sobre aqui. Mas uma coisa de cada vez, né? Por hora, vamos aos filmes de julho!

― x ―

1. Pitch Perfect

Um dos grandes dilemas que eu tenho quando a minha melhor amiga vem dormir aqui em casa é entrar em acordo sobre qual filme assistir, visto que ela e eu temos um gosto ao mesmo tempo absolutamente parecido para filmes, mas também absolutamente controverso, então desperdiçamos pelo menos uma meia hora da provável uma hora que ela vai ficar acordada tentando decidir. Eu devo ter mais ou menos uns trinta filmes baixados no meu computador, mas nunca, obviamente, existe algum que ela queira ver e que se encaixe no meu humor do momento.
Aí aconteceu que eu disse pra ela ver o trailer desse filme e assistir na zoeira comigo, já que esses filmes no estilo bobo de comédia americana situados em colégios costumam ser agradáveis (ou idiotas engraçados) pra qualquer tipo de pessoa. Eu não costumo ver comédias, eu até evito todas elas, torço o nariz e admito que tenho preconceito, mas uma das boas coisas de se usar o Tumblr com frequência, é que sempre sabemos quais os filmes são realmente engraçados e não chegam a ser um American Pie da vida, no estilo onde só tem putaria, sexo e chatice.
Pitch Perfect é meio que... um High School Musical zoado, talvez. Eu teria dito Glee, mas como eu nunca assisti a um único episódio de Glee, eu não tenho parâmetro algum para comparar, então vou numa comparação a algo que eu já cheguei a ver alguma vez na minha vida. E o que surpreende mais? Esse filme é bom. E digo ainda mais: esse filme é muito, muito bom! A trilha sonora dele é recheada de músicas atuais como Rihanna, Britney Spears, Lady Gaga e todas essas rainhas e princesas e whatever the fucks do pop espalhadas por aí, mas é um filme muito divertido e bem bonito. Claro que esse tipo de filme sempre tem um propósito, nem que o propósito seja puxar uma lição de moral forte no final e esse também tem, só que essa mensagem e muito bonita: é sobre aceitar as diferenças e mostrar que as pessoas podem conviver umas com as outras e até mesmo serem amigas, independente das suas diferenças mais acentuadas. E não é pra menos: é uma menina mais esquisita que a outra e no final das contas elas fazem um grupo maravilhoso, com seus talentos individuais e aprendem umas com as outras. E ah, como me apaixonei pela personalidade da Amy. A querida Fat Amy - para que garotas magras e idiotas não a chamem pelas costas de gorda, ela mesma prefere se auto denominar simplesmente a Fat Amy. E ela é incrível, uma das minhas personagens favoritas do filme. Eu não digo nem de longe que perdi meu tempo vendo essa película, porque foi uma das melhores surpresas que eu tive entre os filmes aleatórios que eu costumo baixar pra assistir.

A minha nota: ★★★★★






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2. Ruby Sparks

Quando encontrei esse filme ao acaso, ao ver as promos pelo próprio Tumblr sobre ele, fiquei imaginando se esse seria um tipo de Mulher Invisível gringo e que estava levando o maior crédito de criatividade, sendo que o filme nacional que acabei de citar também é ótimo e ninguém nem conhece lá fora. Aí eu criei uma certa resistência a respeito de Ruby Sparks, mas ao mesmo tempo também, eu queria muito ver, porque parecia muito a minha cara.
A história do filme segue quase no mesmo embalo de Mulher Invisível mesmo, porém é um pouco mais romântico e um pouquinho mais bem trabalhado, em questão de roteiro. Calvin, o personagem principal, é um escritor que está passando por uma fase de bloqueio e é aí onde eu começo a me identificar. E o Calvin é um cara meio fechado, antissocial, sendo assim um pouco mais difícil conseguir criatividade sobre o que escrever, considerando que ele quase não sai de casa. Outra vez eu me identifico. Então ele acaba tendo um sonho sobre uma menina e assim que acorda, resolve escrever sobre ela. E aí ela acaba se tornando real. A garota dos sonhos e da ficção dele acabam aparecendo na sua casa e ela é ainda melhor do que ele imaginava que ela poderia ser. E pronto, o filme me ganhou, apesar de não ser aquela maravilha toda, mas é legal, é relacionável e isso é o que mais importa para mim, às vezes.
Só que as coisas fogem do controle, como era previsível, pois se você tem o controle absoluto sobre uma pessoa, é certo que você vai começar a pensar em formas de deixá-la perfeita, mesmo sabendo que a perfeição real está também em cada defeito que a pessoa possa vir a ter. A Ruby originalmente criada, já era perfeita, porque ela era uma pessoa de verdade, mas aí o Calvin acaba sendo influenciado pelo seu próprio poder e acaba estragando a sua própria criação. Uma hora ele deixa ela absolutamente relapsa e estúpida, depois disso ele acaba deixando ela dependente demais e por fim, ele acaba perdendo ela. Tem essa cena, quase lá pro final do filme em que o Calvin começa a torturar a Ruby, digitando sobre ela na frente dela, pra tentar provar pra nada daqui é real, que é de cortar o coração, quando ele percebe que naquele exato momento ele a perdeu. Ele teve a menina dos sonhos dele nas mãos e a perdeu por desejar que ela fosse perfeita. Como eu disse, posso me relacionar muito com esse filme e por isso gostei tanto dele, apesar dele ser meio monótono.
Calvin no final do filme, ao que se dá a entender, recebe uma segunda chance para começar de novo com a Ruby, sem que ela saiba ou talvez tenha sido uma coincidência apenas, eu não sei, talvez fosse pra soar ambíguo. É aquele tipo de filme bonitinho que a gente quer assistir quando tá na bad pra ficar feliz, ou quando a gente tá num humor leve, pra permanecer leve.

A minha nota: ★★★★☆







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3. Elena Undone

Esse filme é maravilhosamente lindo e eu vou dizer pra vocês o porquê. Eu sou apaixonada por esses filmes trash de temática lésbica, não é de hoje (entre os meus favoritos, possuo Show Me Love e Lírios D´Água, só pra vocês refletirem um pouco) e esse foi um desses filmes que conquistam o meu coração simplesmente porque são vistos exatamente no momento em que eu precisava vê-los. Ou num momento em que eu queria ouvir alguma coisa dita no filme pra conseguir recuperar a minha fé em algo, então esse filme foi perfeito no momento em que eu vi.
Confesso que a produção dele é péssima, assim como a trilha sonora que é horrorosa, quase parece aqueles hits pop de novela da Globo de 2002 pra menos ainda, mas devo dizer que as atuações e a química entre as duas atrizes - Traci Dinwiddie e Necar Zadegan - foi belíssima, deu muito certo. Não foi forçado como eu vejo em alguns filmes, foi tudo muito natural, acho que justamente pelo fato de que o filme foi um tanto trash.
A história do filme é mais ou menos um documentário sobre almas gêmeas e que não existe momento certo na vida pra que você encontre a sua e muito menos pessoa certa, você pode até mesmo se casar com uma pessoa e formar uma família, mas se algum dia desses tu esbarrar com a sua alma gêmea por aí, vai existir aquele famoso choque, você vai sentir as tais borboletas e vai conhecer o amor. E essa pessoa dificilmente vai ser aquela pessoa que te trata bem, ou aquela pessoa super atenciosa e amorosa, provavelmente ela vai ser uma pessoa com quem você não veja nada em comum entre vocês duas, mas no fundo, é a sua pessoa, é a outra metade da sua alma.
Esse filme me deu esperanças sobre a vida, pelo fato de que, além dele ser baseado totalmente em acontecimentos verdadeiros, mostra um lado bonito do amor, o lado de quando ele dá certo. Eu sempre tive essa inclinação fatalista a respeito de histórias de amor que dão certo, dizendo que o filme só acabou bem justamente porque acabou, mas às vezes eu também me inclino para esse lado de que sim, o amor pode terminar bem ou mesmo nunca terminar, apenas continuar acontecendo.
A história central, é a história de Elena, já casada e com um filho e que, depois de ter formado a sua vida, acaba encontrando em Peyton a sua alma gêmea, acaba se apaixonando total e infinitamente pela primeira vez. E é claro que é difícil para uma mulher que sempre imaginou que era hétero se apaixonar por outra mulher. Esse é outro filme com o qual eu me relacionei e muito, mas me vejo muito na Peyton, tendo que lidar com a Elena e com as vontades dela, com o que ela causou na sua vida. A vontade de ir embora, a certeza de que ela não conseguiria. Foi um filme que mexeu tanto comigo que eu fico extremamente grata em tê-lo baixado sem querer e mais grata ainda por ter resolvido assisti-lo em um dia de chuva onde tudo parecia errado. Foi um filme que deixou minha alma leve por pelo menos alguns dias depois de tê-lo visto.

A minha nota: ★★★★★








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4. Cashback

Esse foi outro filme que eu achei ao acaso, quando fui buscar no Youtube uma música que gosto da banda Broken Family Band chamada It's All Over, esperava achar apenas aqueles vídeos com montagens de Skins, já que a música pertence à trilha sonora da primeira temporada, mas acabei achando um video com a música e cenas do filme com a atriz Michelle Ryan, aí eu resolvi baixar pra assistir e acabei me surpreendendo bastante.
Eu assumo que o andamento do filme é meio enfadonho, o roteiro dele é meio vazio, mas também é absolutamente poético, quando pegamos a parte artística dele. Não sei se vou saber explicar bem, porque o filme à mim não pareceu como uma espécie de ficção científica, mas tem esse rapaz, Ben, termina com a namorada Suzy, por um motivo que eu foi o que me fisgou a atenção ao filme, ele não conseguia sentir que estava fazendo ela feliz, então ele a deixou, mas depois ele a queria de volta e ela não queria mais, bem típico. Mas a parte bem fictícia é essa habilidade que o Ben tinha de congelar o tempo quando ele queria. Esqueci de mencionar no começo do texto, mas ele estuda numa escola de artes e depois passa a trabalhar em um mercado pra ocupar o seu tempo e não ficar pensando em Suzy, sua ex. O filme é um pouco arrastado, mas acho que a intenção era essa, porque tem um momento que ele diz que faz uma semana e parece que já passou um mês no filme. O que eu achei um pouco relacionável com a própria forma que às vezes o tempo parece correr para mim, quando assumo rotinas em três dias ou em uma semana e parece que estou fazendo aquilo há séculos ou coisas desse tipo.
Aos poucos, Ben consegue esquecer a Suzy e passa a se envolver com uma menina do seu trabalho, a Sharon e seguir com a sua vida. Até que, quando está tudo bem, a Suzy acaba aparecendo de novo apenas pra estragar tudo. O que me prende nesse filme, é exatamente essa forma com que ele parece se arrastar e ao mesmo tempo não ter passado tempo algum, exatamente como o próprio tempo que se arrasta ou corre quando bem entende. E uma passagem do filme que para mim foi a que vai ficar marcada sobre ele, que é quando ele fala pra Sharon algo como "você viu um segundo de uma história que durou apenas dois, mas isso já não importa mais, porque de qualquer forma eu não tenho o poder de voltar no tempo e mudar o que já foi feito".
Cashback é um desses filmes confusos, que quando mais a gente fala sobre ele, pior parece e menos vontade dá de assistir e só quem o assiste pode dizer que ele é bom, mas contando, parece péssimo. Então a única coisa que eu posso dizer é que se tiverem interesse, assistam ao filme, deem uma olhada no trailer e o vejam pela forma mais poética dele.

A minha nota: ★★★☆☆